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domingo, 2 de outubro de 2011

Romper o Imobilismo na UFPA

A inauguração da nova sede do DCE-Ufpa: É preciso romper o imobilismo para derrotar a reitoria

Na última quinta-feira, 22/09, foi inaugurada a nova sede do DCE-Ufpa. No entanto, o que deveria ser um momento de felicidade, transformou-se numa festa que fortaleceu a imagem do REItor Maneschy e de seus agentes no seio do movimento estudantil. No evento, regado a coquetel da administração superior, o REItor foi o último a falar tonificando os aplauso dos burocratas da UJS (PC do B) e do PT. Foi a primeira vez, depois de mais de uma década, que o DCE UFPA montou um palanque oficial para o REItor.
Relatamos isso com tristeza porque o setor majoritário do DCE UFPA, a ANEL (PSTU) e o JUNTOS (MES), compõem a esquerda do movimento estudantil. Setores aliados com quem já travamos inúmeras lutas na UFPA e que conformamos uma chapa unitária para as últimas eleições do DCE.
Mas esse é só um ponto da história e da situação da universidade. Antes é preciso entender o que se passa e porque chegamos a essa situação.
2011 – o ano dos indignados
Esse ano iniciou com uma avalanche de mobilizações. No mundo surgem INDIGNAD@S em todos os continentes. Nos países árabes derrubaram ditaduras, na Europa enfrentam os planos de ajuste fiscal, no Chile estão dispostos a perder o ano letivo em troca de defender a educação pública. Até nos E.U.A e Israel já há milhares ocupando as praças. Em todas essas lutas há uma ligação com as greves da classe operária.
No Brasil começam a se expressar os primeiros sinais dos INDIGNAD@S. Numa dezena de universidades os estudantes enfrentam com mobilização, ocupação de reitoria e até greve estudantil a situação de caos das universidades. O REUNI, cujos efeitos negativos são percebido pelos estudantes, tem sido frontalmente atacado, o que pega o governo Dilma em cheio. Assim ficou claro na UnB onde parte da pauta era a suspensão do vestibular até que se resolvessem os problemas de infra-estrutura e superlotação no Campus de Ceilândia.
Ao mesmo tempo a juventude se expressa com outras pautas. Houve uma rebelião no Piauí contra o aumento das tarifas com milhares nas ruas e queima de ônibus. Milhares tomaram as ruas de Brasília e Rio de janeiro contra a corrupção.
Durante as ocupações o desgaste do governo ficou claro. Não seria diferente, pois em 9 meses, Dilma perdeu 5 ministros. É um momento então de apertar a denúncia para derrotar Dilma. Sobretudo porque as greves começam a ganhar força, como vimos na construção civil, bombeiros, montadoras e demais fábricas, professores, trabalhadores da saúde e do transporte, servidores das universidades, correios e bancários.
Essa dinâmica começa a marcar nossa universidade. A maré do rio Guamá já começou a encher o campus de indignação.
Na UFPA, o setor majoritário do DCE está apático
No entanto, o DCE-Ufpa está paralisado. Não teve uma linha para coordenar e impulsionar novas ocupações, greves estudantis e mobilizações. Pior é que nem ao menos produziu uma nota em apoio às lutas estudantis. Durante a greve da FASUBRA não tiveram como centro prioritário da atividade do DCE apoiar a greve e participar das assembléias e piquetes do SINDTIFES. Houve atividades em que o setor majoritário do DCE nem sequer apareceu!
Durante mais de 8 meses de gestão o DCE-Ufpa não organizou nem um protesto contra a REItoria. O único panfleto distribuído foi o convite para a festa de inauguração da sede da entidade, desastroso evento que já relatamos. O material nada dizia sobre as absurdas filas do R.U, sobre a falta de segurança e de livros na biblioteca, nada sobre a tentativa de maquiagem que o atual reitor tentou fazer em algumas salas, quando na verdade em inúmeras é impossível assistir aula, porque o calor é insuportável, há cadeiras e portas quebradas, ou mesmo em casos como no curso de Medicina em que os estudantes não possuem laboratório com equipamentos mínimos para as aulas experimentais. Não falaram nada sobre o circular que demora de 20 a 30 minutos para passar, nada sobre o turno da noite onde as secretárias não funcionam. Nada sobre o terminal do 3º portão, que está abandonado.
Em fim, atuam como se não existissem pautas dos estudantes, como se o reitor não fosse o responsável e na contra-mão da dinâmica mundial da juventude. O setor majoritário do DCE desconsidera a crise econômica mundial, seus efeitos no Brasil, a crise política do governo Dilma e a nova dinâmica da luta de classes nacional. Para que não restem dúvidas, basta avaliar como eles querem construir a proposta de campanha pelos 10% pra educação.
10% do PIB pra educação: no voto ou ocupando a reitoria?
Os companheiros da ANEL (PSTU) e do JUNTOS (MES), num momento em que a universidade passa uma das suas piores crises, propõe como única saída para os estudantes fazer um plebiscito e explicar porque devemos ter 10% do PIB para educação. Uma proposta de pura propaganda descolada das demandas reais da base e articulada sob uma avaliação de que não é possível organizar protestos reais na UFPA.
Apesar de reconhecermos a necessidade de aumentar as verbas para a educação, a melhor forma que os estudantes compreendam essa pauta é partir daquilo que é sentido no dia-a-dia. Por isso a importância da campanha pela ampliação do R.U (MAIS R.U, MENOS FILAS) como alguns Centros Acadêmicos, o Vamos à Luta, e estudantes independentes estão fazendo. Essa é a melhor forma de combater os cortes de verbas de Dilma e Temer e explicar a necessidades de elevar as verbas, de combater o orçamento votado para 2012 e conquistar os 10%.
Nesse sentido a verdadeira propaganda que devemos fazer é sobre a necessidade de ocupar a Reitoria da UFPA para obter nossas conquistas. Não temos dúvidas de que assim, por meio da ação, a luta pelos 10% pode contagiar a base. Do contrário será apenas uma campanha para pedir que o estudante deposite um voto numa urna, nada mais.
REItor não nos representa!
No entanto, além do que já relatamos, o que mais nos preocupou foi a atuação dos companheiros da ANEL e do JUNTOS, durante a festa de inauguração da sala do DCE. Em suas falas, não questionavam o REItor sobre nenhum dos problema da UFPA. Era como se a universidade estivesse muito bem, a ponto de o REItor ser a figura central da inauguração da sede do DCE! Sendo que esse gesto significou desprezo pela independência que deve regular nossa entidade. Uma política que não representa a indignação que começa a crescer no RU, nos corredores, nos terminal de ônibus, nas salas de aula da UFPA.
Por outro lado não se denunciou a política histórica da REItoria de invadir o espaço que era de responsabilidade do movimento, acabar com as áreas de recreação (vadião) ou de furtar os espaços destinados as Xerox dos Centros Acadêmicos. Nem ao menos se exigiu o retorno da finança do DCE(cantinas), roubadas pela reitoria anos atrás durante a gestão pelega dos caruanas!
Uma atividade assim só se viu no último congresso da UNE, quando a o PC do B organizou palanque para Lula discursar ao final de um dos atos de abertura do evento. Lá também nós do Vamos à luta estivemos dentre os que foram melar a festa do governismo.
Democracia real já no DCE UFPA!
Os companheiros da ANEL (PSTU), que possuem maioria isolada de diretores na gestão, nos enfrentaram durante a inauguração da nova sede do DCE, porque cantávamos palavras de ordem. Segundo a intervenção de alguns de seus dirigentes, aquele não era um ambiente de polarização. Chegaram ao absurdo de falar no microfone que “deveríamos parar com aquela briga de torcida”. Um método burocrático que tenta calar as diferenças políticas. E até agora não entendemos porque não polarizaríamos sobre o caos da universidade na presença do REitor? Porque estava errado cantar contra o reitor: “ô Maneschy chega de enrolação, quero mais bolsas, circular e bandejão”? Porque não fazer palavras de ordem contra a UJS e o PT, agentes do governo e do reitor no nosso meio? Qual o objetivo dessa coexistência pacífica com a administração superior, seus bolsistas e assessores?
Não bastassem tentarem nos impedir de cantar palavras de ordem, nós do Vamos à Luta, que somos parte da gestão do DCE, fomos impedidos de falar, sem que nos apresentassem nenhuma justificativa. Mas o PT e o PC do B, que são base de apoio do governo e agentes de Maneschky na universidade tiveram suas falas garantidas! Além deles um Pró-reitor teve direito a falar. E está mais do claro que ANEL e JUNTOS cortaram nossa intervenção porque sabiam que íamos acabar com a festa do REItor deixando claro os problemas da UFPA. Houve uma clara censura política contra o Vamos à Luta!
A linha bem comportada dos companheiros que são maioria no DCE esteve evidente na própria declaração da reitoria. No site da universidade uma matéria de destaque sobre a inauguração da nova sede do DCE descreve: “Cooperação – Para o professor Fernando Arthur Neves, a comemoração também se estende à cooperação entre o DCE e a administração superior. ‘Fico muito feliz que o Diretório tenha conseguido dialogar com a administração superior, para que pudéssemos construir um espaço, do qual todos os estudantes usufruam.”
Fernando Arthur Neves é Pró-reitor e principal articulador da odiada reitoria passada, e que agora coordena a intervenção de Maneschy, que é nada menos que o suplente do 1º vice-presidente do ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior), portanto, representante e aplicador da política do governo Dilma na universidade.
Por esse motivo é impossível que o DCE-UFPA não seja frontalmente oposição a REItoria. É impossível, estar na presença do reitor e não denunciar os problemas gravíssimos da nossa universidade. Precisamos de um DCE indignado, não apático. De um DCE de combate e para ação, não imobilista e paralisado. De um DCE que não vacila nem coopera com nossos inimigos. Um DCE radicalmente de oposição ao Reitor Maneschky. Um DCE inimigo do REI.
É necessário mudar o rumo para evitar mais um semestre de tédio na UFPA, sem nenhuma luta. A reforma de uma sala não pode ser um empecilho para criticar o REItor ou paralisar a luta estudantil.
Em nossa opinião a melhor maneira de enfrentar a reitoria é construir em cada instituto ou curso grupos que envolvam C.A´s e estudantes em geral para lutar pela pautas concretas e encurralar a reitoria. A única maneira de arrancar vitórias é derrotar o Reitor Maneschy. Fazer como na UFF, UFSC, UFPR, UnB e tantas outras que ocuparam a reitoria e saíram com suas pautas atendidas. Isso é urgente porque a linha majoritária atual pode levar ao fortalecimento da UJS e do PT no movimento.
De nossa parte estamos movendo todos os nossos esforços e quarta-feira, dia 28/09, esperamos os companheiros da ANEL e do JUNTOS, na audiência pública às 12:00, no R.U do básico.

Sobre a mobilização do RU

Na ultima quarta-feira houve uma grande mobilizacao dos estudantes. Conforme anunciamos esperavamos ter uma audiencia publica com reitor no Restaurante Universitario.

Na segunda-feira reenviamos um convite ao reitor, que desrespeitou os estudantes e nao compareceu. Na quarta-feira ao meio dia e meia chegou uma passeata de estudantes do Profissional, esperando a audiencia.

Comecamos uma assembleia, que a UJS, juventude da reitoria na UFPA, tentou impedir. Entao fomos pra reitoria fazer uma assembleia la.

O mais engracado de tudo foi que o reitor que disse ter compromissos , que nao tinha agenda pra receber o movimento estudantil, foi forcado a voltar pra UFPA e debater a pauta. Fomos pra Secretaria-Geral da UFPA. O reitor pediu um mes para dinamizar o RU do Profissional, otimizando o espaco e utilizando todo o RU, disse que ate o fim do ano reformara o RU do Basico e em um ano construira o RU do Instituto de Saude próximo ao Hospital Betina Ferro.

O reitor pediu reunioes sobre cada pauta que apresentamos. De inicio somos contundentes em dizer que nao acreditamos mais em reunioes. Foram varias reunioes, dois anos e alguma coisa de dialogo.

A partir desse momento o Vamos a Luta so ira a reitoria com mobilizacao. E acreditamos sinceramente que so a mobilizacao vai fazer vitorias na UFPA.


sábado, 24 de setembro de 2011

Vaia no Resturante Universitario

A nossa campanha pelo fim das filas imensas, pela climatização e pelo maior numero de refeiçoes no Restaurante Universitário ja começou a incomodar a administração da UFPA.

Ontem na nossa campanha com o som e o abaixo-assinado a diretora do RU estava pessoalmente conversando com todos os alunos, dizendo que os problemas não são bem assim.

Na nossa opinião o problema do RU não e, e nem nunca foi, as furações de fila, e sim a estrutura inadequada e o numero de refeições servidas. Em uma determinada hora uma estudante pegou o microfone e defendeu a direção do RU, a reitoria e o governo federal. Resultado: ela saiu do RU vaiada.

A vaia não deve ser entendida pessoalmente, e sim como uma indignação contra a situação do RU, o abandono da universidade e o corte de verbas do governo federal.

A vaia decorre do problema de que o que falamos não e nenhuma mentira, ninguém esta inventando as coisas, e fundamentalmente nossa luta tem eco. Esperamos que todos estejam conosco na audiência publica da próxima quarta-feira.

Campanha pelo reajuste de bolsas para pós-graduação

Pós-graduandos fazem Twittaço e mobilizam universidades por reajuste de bolsas

A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) organiza uma semana concentrada de campanha pela valorização das bolsas de pesquisa que teve início na segunda (19) e vai até essa sexta-feira (23). O foco é o reajuste das bolsas de mestrado e doutorado, que estão com os valores congelados há mais de 3 anos, embora as pautas por financiamento para educação e ciência e tecnologia também façam parte do debate. Além de ações nas universidades, a entidade promove uma diversificada campanha virtual, com Twittaço da hashtag #reajustedebolsasja marcado para esta quinta-feira (22).

A campanha foi decidida durante o 38º Conselho Nacional de Associações de Pós-Graduandos (Conap), que reuniu APGs de todo o país no mês de agosto em Recife (PE). Uma semana após o Conap, em 31 de agosto, a ANPG participou da Marcha dos Estudantes, que levou mais de 10 mil pessoas às ruas de Brasília, e a presidente da entidade, Elisangela Lizardo, teve a oportunidade de entregar um documento com a pauta do reajuste das bolsas à presidente Dilma Rousseff.

Momento propício

Segundo Elisangela, o contexto do país exige o fortalecimento do seu sistema ciência e tecnologia e também do educacional: “o Brasil vive um momento propício para impulsionar um crescimento que garanta justiça social e aproveite as possibilidades do país de forma sustentável. Temos o desafio de construir dois grandes eventos esportivos mundiais e descobrimos uma riqueza natural imensa, o pré-sal, que deve ser utilizada para o desenvolvimento do país com a participação de todo o seu povo neste processo. Mais do que nunca, a educação e a pesquisa científica devem ser entendidas como instrumentos essenciais para o melhor aproveitamento desta janela histórica de possibilidades e desafios que vive o país". É neste contexto que a ANPG pauta a valorização das bolsas de pesquisa, completa a doutoranda, que defende, ainda, a garantia de 10% do PIB para a Educação e de vinculação de verbas do Pré-Sal para Educação e Ciência e Tecnologia.

Instalação de um contador de dias sem reajuste, mural de apoiadores da campanha, vídeo-depoimentos, passagem em sala com distribuição de panfletos, reuniões de pós-graduandos para discutir o assunto.... no país inteiro o movimento se organiza para divulgar a campanha e ganhar adesão. Até em universidades onde há debate sobre greve, como é o caso da UFAC, a APG se mobiliza e procura realizar atividades em parceria com os servidores.

As primeiras atividades foram uma festa-protesto da APG PUC-Rio, um debate na Unifesp e um ato irreverente organizado pelas APGs da Unicamp, onde foram recolhidas moedinhas cuja destinação é uma doação simbólica ao governo federal para garantir o orçamento necessário para o reajuste. Os materiais da campanha estão afixados nessas e em outras universidades por todo o país.

Pelas ruas e pela rede

Além das ações nas universidades, os pós-graduandos promovem uma campanha virtual por toda a semana, sendo um destaque o Twittaço marcado para esta quinta-feira (22), com a hashtag #reajustedebolsasja. As mensagens divulgam o abaixo-assinado da campanha, as ações nas universidades, além de informações com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a pauta. Um exemplo é a informação de que a inflação acumulada desde o último reajuste é de 17,56%. Outra mensagem ressalta que, segundo o IBGE, profissionais que concluíram graduação ganham, em média, 7,8 salários mínimos (R$ 3.642), enquanto os pós-graduandos são pesquisadores que recebem uma bolsa de R$ 1.200,00 para se dedicar ao mestrado e R$ 1.800 para o doutorado (valores Capes e CNPq).

Para que as metas do Plano Nacional de Pós-Graduação 2005-2010 fossem cumpridas, o valor atual da bolsa de mestrado deveria ser R$ 1.672,16 e a de doutorado R$ 2.479,78. Isso significa um reajuste de quase 40% dos valores atuais, conforme a ANPG pauta no abaixo-assinado da campanha.

Vídeo-depoimento

Outro instrumento que a campanha pretende utilizar é o recurso audiovisual. A proposta é que cada apoiador da campanha – pós-graduando ou não – grave um vídeo curto com o seu depoimento. Pode ser via webcam, câmera do celular, da máquina fotográfica, ou qualquer equipamento que cumpra o papel. A orientação é que o vídeo termine sempre com a frase "Reajuste de Bolsas Já!". Os vídeos devem ser enviados para o e-mailreajustedebolsasja@gmail.com e também para o perfil da ANPG do Twitter e o do Facebook, além de todos os contatos de quem o postou, claro.

A campanha virtual pretende ainda chamar a atenção das autoridades do Poder Executivo. Um texto padrão e os endereços de e-mail de autoridades que devem dar resposta sobre uma política de valorização das bolsas estão disponíveis na página da ANPG.

A campanha de bolsas continuará em outubro. O calendário da ANPG prevê a realização de audiências em Brasília para apresentar o resultado da campanha. APGs e pós-graduandos de todo o país devem participar da entrega do abaixo-assinado e relatório das mobilizações, que têm o objetivo de pressionar o governo pelo reajuste pautado.

Comissão no Senado retira a educação superior da responsabilidade do MEC

Projeto de lei transfere atribuição para Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Segundo o jornal Estadao a Comissao de Ciencia e Tecnologia do Senado aprovou um projeto que retira a educacao superior do MES e a coloca sob responsabilidade do Ministerior da Ciencia, Tecnologia e Inovacao. O MEC ficaria responsavel apenas pela educacao basica. 2
1 de setembro de 2011 | 14h 51

Agora o projeto vai seguir pra Comissão de Educação, Cultura e Esporte e depois pra Comissão de Constituição e Justica. Se aprovado nessas duas instancias deve seguir pra votação na Câmara.

O autor do projeto, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), inspirou-se nas experiencias da Franca, Inglaterra e outros países. Eu pessoalmente espero que também nos inspiremos nas lutas de outros países para barrar, sobretudo a juventude indignada chilena, espanhola, inglesa, grega.

O maior problema deste projeto e que a inovação tecnológica tem como fim a produção de uma ciência que não e comprometida com a transformação da sociedade, e sim com o mercado, e tambem porque dissocia um projeto nacional de educacao, que deve vir desde a educacao infantil , chegando na educacao superior.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sobre a mobilização do RU

Hoje ficamos sabendo que as movimentações pra resolver as filas do RU já começaram. O reitor chamou a diretora do RU e cobrou mais resultados. O que se viu foi hoje a própria diretora do RU tentando organizar a fila, evitando que hajam "furos" na fila.

Acontece que o problema no RU não são os "furoes" e sim a quantidade de refeiçoes vendidas; e forma de compra das senhas, porque temos uma fila que não precisa existir; e o calor infernal que acomete o RU do Básico, e logicamente a imundice que vivenciamos todos os dias com os animais que circulam por la.

Parece que a nossa movimentação ja esta rendendo frutos. Mas vamos todos pra audiência publica da semana que vem, na quarta-feira 28 de Setembro.

Greve dos Professores

Mais uma categoria a entrar em greve: os professores e trabalhadores da educação , reivindicando o cumprimento do piso nacional, melhores condições de trabalho, entre outros.

Sobre a inauguração da nova sala do DCE

Amanha será um dia histórico pro movimento estudantil da UFPA. Será inaugurada as 16 horas a nova sala do DCE, numa reforma bancada pela reitoria da UFPA. Sem duvida trata-se de uma reinvindicacao histórica do movimento estudantil da UFPA, uma conquista pra valorizar a entidade.

A nova sede da UNE no Rio de Janeiro também foi uma conquista historica, histórica porque reconstitui um pouco da memoria da entidade. Mas as semelhancas nao param por ai.

Quando Lula assumiu a presidencia houve um atrelamendo muito grande ao governo federal e a UNE parou de lutar. Logico que nao estou colocando na mesma vala comum a UNE e o DCE UFPA. Na UFPA o atrelamento nao ocorre da mesma forma, mas nao e preciso ser um grande entendedor de politica pra ver que a inauguracao da sede do DCE nao vai mudar em muita coisa a vida do estudante da UFPA. Faz tempo que o DCE UFPA deixou de ser o DCE UFPA dos velhos tempos, que tinha um projeto de universidade publica, um projeto de sociedade e que era oposicao a reitoria.

As salas de aula estão caindo aos pedaços, o circular não funciona no turno da noite, o RU tem uma fila tao grande que o próprio reitor classifica como critica, faltam professores em vários cursos, e amanha sera celebrada a inauguração da sala do DCE. Acho que devemos estar felizes pela conquista, mas o horizonte vai muito alem disso.

Este e um chamado aos camaradas das outras forças politicas pra se somarem a luta e a audiência publica que o Vamos a Luta junto com alguns CA's estamos chamando para a próxima quarta-feira.

Que as próximas acoes do DCE, que o PSTU diz dirigir, sejam capazes de trazer as conquistas que o estudante na base queira.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

UFPA e o fator subjetivo

Hoje houve uma grande atividade que fizemos na campanha contra as filas no RU. A atividade foi no RU do Profissional. Foram vários aplausos, vários alunos colocando os problemas dos seus cursos.

A campanha esta sendo um sucesso e esta vitoriosa. Mas estou convencido de que se hoje nao existe um processo radicalizado de luta na UFPA tem haver com um fator subjetivo: a vanguarda da UFPA e suas direções não estao convencidos de que tem um campo de luta aberto, muito amplo, uma terra de ninguém e estudantes dispostos a lutar.

Festa da UJS

Hoje estive na festa de aniversario da UJS. Sempre bom pra se atualizar nas novidades de bastidores. Pelo que me contam devem ser candidatos na próxima eleição a vereador os camaradas Fausto Neto, Alan Frick, Rodrigo Moraes, Sidney do CAECON e outros.


O novo circular e a piada de salão




O novo ônibus circular da UFPA virou uma piada de salão. Pra inglês ver.

Ônibus com ar-condicionado, musica ambiente e poltrona acolchoada, pena que demora 40 minutos pra passar e encerra as 19 horas. Portanto, os alunos da noite não tem direito a este novo brinquedo.

A historia seria cômica, se não fosse trágica.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lula considera irresponsabilidade proposta de 10% do PIB pra educacao

"Quem te viu, quem te , quem a conhece não pode mais ver pra crer, que jamais esquece não pode reconhecer" (Chico Buarque)

Hoje o ministro da educação Fernando Haddad e o ex-presidente Lula estiveram nas comemorações do aniversário de 5 anos de fundação da Universidade Federal do ABC. La foram recebidos com protestos por militantes do PSOL que reivindicam o investimento de 10% do PIB pra educação.

O ex-presidente considerou irresponsabilidade a proposta de 10% do PIB, e ratificou a proposta de elevar ate 2020 os 7%.

Depois dizem que no governo do PT educação e prioridade.

Audiência com reitor sobre as filas do RU

Ontem, terça-feira, o diretor do Centro Academico de Serviço Social Zaraia Guara esteve no Conselho Superior Universitário - CONSUN pra denunciar pro "egrégio conselho" a situação do Restaurante Universitário.

Todos os dias os estudantes tem que passar uma hora, uma hora e meia, as vezes duas horas na fila pra poder ter acesso a refeição. No RU do Campus Básico a situação e critica, como definiu o próprio reitor Carlos Maneschy. O RU nao tem ar condicionado, e os estudantes comem com vários animais por perto. Sem duvida que se a Vigilância Sanitária fiscalizasse as condições de funcionamento o RU seria fechado.

Por isso que os estudantes da UFPa, a partir do coletivo Vamos a Luta e dos CA's de Biologia, Geografia e Serviço Social estão numa campanha pra poder dar uma basta a esta situação. Exigimos a climatização imediata do RU do Básico, com datas amarradas, aumento no numero de refeições e a construção de mais dois Restaurantes Universitários.

Na próxima quarta-feira 28/09 haverá uma audiência publica com o reitor no RU. Esperamos todos e todas la.

Aniversario da UJS na Capela Universitaria

Aproveito pra informar que amanha os camaradas da União da Juventude Socialista, ligada ao PC do B, estarão comemorando o aniversario da UJS na Capela da UFPA a partir de 17 horas.

UFF e Bolsonaro

Ontem teve um debate na Faculdade de Direito na UFF (Universidade Federal Fluminense) com o deputado fascista e ultrahomofobico Jair Bolsonaro. Os estudantes colocaram o deputado pra correr com atos contra homofobia, com atos contra o preconceito e contra qualquer tipo de discriminação.

Assim que se faz. Vamos a luta combater a opressão.

sábado, 30 de julho de 2011

Mobilização no sorteio da Copa

Hoje houve evento da Copa do Mundo no Rio de Janeiro, com manifestações dos bombeiros e com protestos contra Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

Infelizmente, todos os dias temos denuncias de corrupção, e a Copa do Mundo parece que vai ser a porteira aberta pra todo tipo de corrupção. A farra começou com a liberação das contratações especiais. Os investimentos bilionários que serão feitos deixarão felizes apenas o bolso do bond que a Dilma comanda, o dos empreiteiros.

A imprensao que fica e que a CBF e a FIFA irão nestes próximos anos pairar acida do Estado, com superpoderes que nem a Ditadura Militar teve, com um poder que e mais forte que a própria repressao: o poder do dinheiro, da propina e da corrupção.

Ricardo Teixeira , um ícone forte, do que ha de pior tem termos de relações politicas, perseguição a adversários, entre outros.
Por outro lado, apesar do governo Dilma tentar se afastar da imagem dele, a CBF e o ministério dos esportes, comandado pelo PC do B, estão assim, assim...

E preciso intensificar as lutas dos operários, a mobilização popular, entre outros, porque se aponta que a Copa seja mesmo histórica, e como dizia Lula, nunca na historia desse pais se jorre tanto dinheiro publico pro bolso de empreiteiro...

Mobilidade Urbana

Ultimamente e um absurdo a falta de mobilidade urbana em Belem. A região da rodovia Augusto Montenegro parece que se tornou a meca das construtoras e a cidade cresce pra cá sem planejamento ou organização do poder publico.

Num raio de um quilometro tem um supermercado que conseguiu desorganizar o já desorganizado transito, uma escola de idiomas, um shopping em construção, pelo menos quatro condomínios, cada um com torres imensas, e uma rodovia sem reparos ou com uma boa ciclovia.

Ontem foi divulgado que os trabalhadores em Belem estão gastando cerca de duas a três horas por dia somente no transporte em pequenas distancias. Na Augusto Montenegro a unica rodovia esta da mesma forma a vários anos, apenas com pequenos tapa buracos.

Abriu-se a Avenida Dalcidio Jurandir, depois Avenida Centenário, mas mais conhecida como Independência, que desafogou o transito e leva com uma certa rapidez ate a Julio Cesar e Pedro Alvares Cabral, mas também tem tendencia a saturação. Naquela área que ate pouco tempo era considerada de preservação ambiental, digo isso porque não tenho conhecimento se ainda e, esta sendo construindo mais um shopping - e não se constrói shopping sem especulacao imobiliária por perto.

Ano que vem tem eleição pra prefeito e mais uma vez voltaremos aos debates sobre mobilidade urbana, integração dos transportes, essas coisas. Pena que ate la o colapso urbano ja vai estar bem avançado...

Burocratização desnecessária na FCS

Como e de praxe, vários alunos concluintes de Ciências Sociais irao fazer a selecao de pos graduacao e outras universidades pelo Brasil.

O procedimento padrao sempre foi que os alunos concluintes solicitam uma declaracao de provaveis concluintes e se inscrevem nos programas de pos graduacao. Este ano a colega Sammy estava de passagens compradas pra fazer a selecao no Museu Nacional e teve negada a declaracao de provavel concluinte, justamente porque a diretora da Faculdade de Ciencias Sociais na UFPA alega que nao pode dar um documento se responsabilizando por uma conclusao que ela nem sabe se vai acontecer.

Ora, trata-se de uma declaração de provável conclusão, não de integralização. Ou seja, podemos deixar de defender o TCC e ai não formarmos. E uma possibilidade.

Trata-se de uma burocratização desnecessária na FCS. Fomos procurar a Pro-Reitoria de Ensino através de um recurso, e obtivemos parecer favoravel para que tenhamos a declaração. Essas pequenas coisas demonstram que falta dialogo na Faculdade de Ciências Sociais com essas pequenas coisas. Se falta nas pequenas, imaginem nas grandes coisas. Fora isso, e meio desgastante pras duas partes (alunos e diretora da faculdade), porque temos que sair da Faculdade, procurar Pro-Reitoria, lavar roupa suja fora da Faculdade, entre outros. Poderíamos resolver esse problema ali mesmo na FCS, sem explanar as coisas pra Universidade toda.

Mas...Acontece aquilo que sempre falei os autocratas, no alto da sua completa razão, acabam eles mesmos dando razao pros outros...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Divisao do Para ameaca Unidades de Conservacao

Para especialistas, novos Estados podem revogar preservação de áreas; Tapajós já nasceria com 73% de terras protegidas

Karina Ninni*

Os 7,5 milhões de habitantes do Pará vão decidir em plebiscito, no dia 11 de dezembro, se querem ou não a divisão do território do Estado em três. Se for aprovado, o fracionamento dará origem a duas unidades da federação: Tapajós e Carajás. O impacto econômico da divisão para a União tem sido estudado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp). Mas poucos se debruçaram sobre o efeito ambiental do fracionamento (veja mapa abaixo).


"Posso dizer que a divisão deverá ser muito impactante do ponto de vista ambiental", diz o diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nilson Gabas. Ele enxerga um grande problema: a quebra das unidades de conservação (UCs) estaduais.

"O que se desenha é o seguinte: um Estado recém-criado que precisa se desenvolver e imensas áreas preservadas por UCs em nível estadual – só que protegidas por um Estado que já não existe. E como vai se desenvolver o novo Estado? É provável que pela derrubada de mata e plantio de soja ou criação de gado", raciocina o diretor do museu. "Acredito que assistiremos a tentativas de revogação de UCs estaduais no Tapajós."

Segundo Gabas, na partilha o Pará deve concentrar o setor de serviços, a criação de gado e, talvez, o plantio de dendê para extração de óleo de palma. Já Carajás ficaria com a mineração e a criação de gado e Tapajós com o setor energético – o que inclui a Usina de Belo Monte e o complexo hidrelétrico Tapajós –, além da mineração, das florestas e do plantio de grãos.

Assembleias
Para o professor e consultor jurídico Cândido Paraguassú Éleres, o risco de alteração das unidades de conservação é real. "Basta que as Assembleias Legislativas mudem", afirma o jurista. "Em princípio elas não podem ser revogadas porque são atos definidos e isso poderia gerar muitas ações populares. Mas certamente os Estados poderão dar outra destinação às reservas. Até porque a mentalidade das pessoas que estão à frente dessa divisão é desenvolvimentista."

De fato, se o Pará for repartido, a maioria das suas unidades de conservação, tanto federais quanto estaduais, ficará localizada no Tapajós, que seria considerado o Estado mais verde da federação. Para ter uma ideia, 73,5% dos 732.568 quilômetros quadrados do Tapajós são áreas protegidas federais e estaduais. Dos cerca de 21 milhões de hectares de UCs estaduais do Pará, mais de 13 milhões estão na área do Tapajós.

O Pará remanescente ficaria com poucas matas. "Nós teremos fragmentos de florestas e o Centro de Endemismo Belém, região onde, de acordo com levantamento do programa Biota Pará, concentra-se o maior número de espécies ameaçadas do atual Estado", resume Gabas.

Desmatamento
Os novos Estados terão de criar políticas próprias contra o desmatamento, especialmente se houver mudanças nas UCs. O ritmo da derrubada de árvores em Tapajós dá uma boa amostra do imbróglio que se avizinha. Embora a área afetada na região até 2009 tenha sido menor que nos dois vizinhos, entre 2008 e 2009 Tapajós registrou o maior aumento da taxa de desmatamento entre os três. Ao todo foram cortados 53,9 quilômetros quadrados, segundo o Idesp.

"A taxa tem de ser relativizada por conta do tamanho da área. É preciso ver se esse impacto é maior ou menor do que aquele nos Estados já muito desmatados", explica a economista Lucia Cristina de Andrade, do Idesp.

As dúvidas provocadas pela proposta que será votada em plebiscito levaram o Goeldi a organizar um seminário no mês que vem sobre a divisão territorial. Para Gabas, além da questão das áreas de conservação, a partilha provocará falta de financiamento à pesquisa. Hoje, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa) recebe 1% da receita do governo.

Otimismo
O engenheiro florestal Jackson Fernando Rego Matos, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), com sede em Santarém, Tapajós, discorda da avaliação pessimista feita por Gabas e Éleres. Ele coordena um grupo de estudo que avalia dados sobre a criação do Estado e nega que sua constituição represente uma ameaça às UCs.

"Isso (UCs) é nossa grande riqueza. Receberemos as áreas instituídas, falta implementá-las de fato", diz. "Como a maioria das unidades de conservação, elas não saíram do papel."

"A Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós) tem uma experiência de manejo copiada pelo Brasil inteiro. A conservação interessa muito ao novo Estado: conseguiremos manter o que já existe e até ampliar."

Tocantins
O último exemplo de divisão territorial no Brasil foi o surgimento do Tocantins, desmembrado de Goiás em 1988. "Quando a área era parte de Goiás, não existia ali nenhuma unidade de conservação estadual. Depois da criação do Tocantins foi feito um zoneamento ecológico-econômico e a identificação de áreas que poderiam se transformar em UCs", conta o biólogo e consultor ambiental Fábio Olmos. "Desse processo nasceram os Parques do Jalapão e do Cantão."

Olmos admite que, embora tenha sido exemplar do ponto de vista administrativo, a estratégia hoje sofre com problemas de execução. "A política é muito ditada pelos grandes produtores rurais e o processo de criação de novas UCs acabou ficando congelado", lamenta.

terça-feira, 26 de julho de 2011

ENEG

Nossos amigos de geografia estão no CONEGEO no Rio de Janeiro. Acho que vai sair um grande ENEG.

O outro lado

Li o texto do Rafael Saldanha sobre o possíveis golpe que levaram nos ônibus da UFPA. Sao denuncias importantes, mas que precisam ser pontuadas.

Acho que a começar pela forma, o texto estava equivocado. Chamar as pessoas de lacaios e derivados não aglutina, não agrega politicamente, porque se funda em sectarismo.

Segundo fiquei sabendo, a UFPA não fretou dois ônibus, e sim um onibus, o outro seria pago pelo deputado federal Claudio Puty, da DS/Kizomba. E o ônibus usado pelos companheiros do Juntos e Consulta Popular era da universidade, do ITEC.

Depois de um episodio vivido recentemente, passei a pensar duas vezes antes de divulgar noticias que se refiram a pessoas e valores. Mas acho que essa historia ainda vai render muito.

Pânico mundial pela dívida dos EUA


O capitalismo ianque em crise

Emmanuel Santos
Socialist Core (EE.UU.)

Nas últimas semanas, os principais meios de comunicação vem divulgando o risco que corre a economia mundial com a notícia de que o endividamento dos EUA chegou a seu topo no dia 16 de maio.

O fato tem significado importante para a classe trabalhadora mundial, já que se o governo norte-americano não elevar o limite da dívida, muitos analistas preveem a explosão de uma crise financeira de repercussões catastróficas.

A dívida nacional norte-americana alcançou os 14 bilhões de dólares em meio a custosas guerras e a pior crise econômica desde os anos 30,
destacando a crise do capitalismo e do imperialismo por causa de revoluções populares no mundo árabe.

Os gastos militares e o resgate financeiro (bailout) para os bancos que fizeram a administração Obama, em 2008, aumentaram a dívida pública. Para não elevar o limite da dívida antes de 2 de agosto, se corre o risco de perder seu índice de AAA ranting (índice de rendição) emitidas pelas agências de qualificação de crédito (como a Moody’s e a Standard and Poor’s). Essas agências de risco são responsabilizadas por terem provocado a crise de 2008, ao não advertir o governo acerca dos problemas com as hipotecas.

Os capitalistas estão em pé de guerra com a possibilidade que isto ocorra
O secretário do tesouro Timothy Geithner espera um acordo entre democratas e republicanos logo que possível. Caso contrário, o governo teria restrições para solicitar empréstimos e o departamento do tesouro não teria fundos suficientes para cobrir as faturas.

Os democratas e republicanos alertam que se não chegam a um acordo, o pagamento dos salários dos militares e a cobrança de cheques recebidos por pensionistas seriam afetados. O país implementaria uma moratória (default) cujas consequências teriam efeitos catastróficos para a economia mundial.

Essa é a maior preocupação de investidores e grandes corporações. Enquanto isso, os trabalhadores não estão incluídos neste debate. O desemprego está aumentando. Existem recursos suficientes para implementar um programa de emergência. Mas Obama não propõe a criação de empregos através de um programa de obras públicas ou o fim da guerra.


Não haverá default
Um default significaria o não pagamento da dívida, o que acarretaria um custo econômico enorme para os bolsos dos capitalistas a nível internacional. Isso explica porque o Banco da Chiina e outras instituições internacionais que tem investimentos em títulos soberanos da dívida dos EUA estão atentos ao que está passando.

Por outro lado, muitos estados estão sendo afetados pelo déficit orçamentário e diminuindo suas funções. Por exemplo, as agências governamentais do estado de Minnesota deixaram de operar por duas semanas, afetando os salários de 22 mil funcionários públicos. Os democratas e os republicanos resolveram a crise com mais cortes na educação.

O circo político
Publicamente, democratas e republicanos não chegam a um acordo em torno da dívida. Cada parte acusa a outra dos problemas econômicos que estão surgindo. É um circo político para atrair votos. Fundamentalmente, convergem em continuar a guerra e os ataques a classe trabalhadora.

As negociações expõem as divisões dentro do Partido Republicano entre um setor conservador moderado, disposto a pactuar com Obama e outro mais reacionário, a extrema direita de Tea Party, financiada pela indústria farmacêutica, que se opõe fortemente a ceder terreno a Obama.

Este setor moderado, liderado pelo senador Mitch McConnel, propõe o chamado “Plano B”, o qual outorgaria poderes a Obama para elevar de forma unilateral o limite da dívida em 2,4 bilhões de dólares e incluiria grandes cortes no orçamento, salvando de apuros os republicanos que não precisariam votar no plano.

A imagem dos democratas seria afetada tendo em vista as eleições presidências de 2012. Obama está dando um novo giro à direita. Propõe aumentar a idade do Medicare (serviço de saúde para pessoas da terceira idade) de 65 para 67 anos. O Medicare é uma das vacas sagradas dos democratas. Foi uma conquista da classe trabalhadora durante a Grande Depressão.

Em muitos estados, os trabalhadores enfrentam as políticas antipopulares do governo. Não há um movimento nacional que unifique as lutas (a raiz da debilidade do movimento operário) e enfrente os efeitos da recessão. Além disso, a burocracia sindical desarticula as lutas e pactua com a patronal e o governo.

O setor público em vários estados está em luta. Há greves que duram 24 horas. Algumas são mais duradoras como em Scriba, no estado de Nova York, onde 460 trabalhadores de duas plantas nucleares levam vários dias de greve por causa das demissões em massa. A classe trabalhadora deve se por de pé para não pagar pela crise, mas que pague por ela as multinacionais e banqueiros apoiados pelo governo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Prestação de contas na UEPA

Na UEPA a vice-reitora esta enrolada com a CAPES, justamente porque inicialmente a prestação de contas do PARFOR - Programa de Formação de Professores sob sua responsabilidade foi rejeitada.

Pelos lados de la temos um bom bafafa.

Pai e Filho


Oswaldo Braga Outro dia, fui alcançado por um comercial de TV em que o jogador Neymar passeia por uma praia paradisíaca e faz uma declaração de amor e reconhecimento a um outro homem: seu pai. A direção e o texto do anúncio são primorosos. O jogador aparenta naturalidade, e a troca de afeto entre os dois expõe a perpetuação de uma intimidade física que remonta à infância e que permanece entre os dois adultos. Pai e filho. Amigos.* Alguns dias depois, fui atingido por outra cena, desta vez, jornalística. Dois homens vítimas de agressões homofóbicas. Em São João da Boa Vista, a 225 km de São Paulo, durante uma exposição agropecuária, pai e filho foram barbaramente agredidos por sete trogloditas que não entenderam as manifestações de afeto entre os dois. Os marmanjos julgaram que fosse um casal gay pelo fato de andarem abraçados. Ambos ficaram com o corpo repleto de escoriações, e o pai, que preferiu o anonimato e apareceu somente em silhueta na reportagem, teve parte da orelha decepada por uma mordida.

As duas situações envolvem afeto entre homens adultos, no caso, pai e filho. Ambos estavam felizes, compartilhando um momento de carinho com seu camarada. No comercial, foi possível explicar o significado daquela ternura; na vida real, não. Na praia, um pai orgulhoso ao lado do filho; no jornal, um pai ferido que prefere se esconder. Os dublês de religiosos e políticos dizem que não precisamos de uma lei que criminalize a homofobia, que queremos privilégios.

Muitas vezes, ouvimos aqueles que nos condenam repetirem que a lei que torna crime o preconceito contra os gays deve ter um texto mais suave. Pastores, padres, deputados e senadores negociam concessões que inocentem os religiosos midiáticos que, em nome de seu credo, incitam a violência contra os homossexuais. Contra os homossexuais? Bem, foi preciso que um pai carinhoso perdesse uma orelha para que a população entenda que a intolerância homofóbica não atinge somente os gays.

Uma sociedade que admite o preconceito contra os homossexuais como parte de sua cultura e se cala diante de agressões como essa está arriscada à naturalização dos confrontos e ao fim da solidariedade. Não é quando o amor entre dois homens se manifesta que a família é colocada em risco. A família corre perigo quando o afeto entre pai e filho se torna motivo para uma agressão. Mesmo que por engano.

domingo, 24 de julho de 2011

Separação do Para

O movimento separatista de Carajas e Tapajos aposta tudo nesse plesbicito, que vai ser realizado em Dezembro sobre a divisão do Estado.

Sou do GT sobre a divisão do Para do PSOL, e algumas coisas sao interessantes. O custo da campanha pra divisão do Para, somente em Carajas, esta próximo de 55 milhões. Pra se ter uma noção a ex-governadora Ana Julia declarou que pretendia gastar 50 milhões na sua campanha derrotada pela reeleição ano passado ao cargo majoritario do Estado.

De onde sairão esses 55 milhões? Por que uma campanha tão cara? Quais os principais doadores de campanha? A minha única certeza e que alguma hora essa conta será cobrada. Se houver uma possível separação, sei que quem vai pagar a conta desses 55 milhões será o contribuinte, porque teremos uma Assembleia a mais, teremos varias secretarias a mais pra sangrar os cofres públicos em corrupção.

sábado, 23 de julho de 2011

Amy e o debate sobre as drogas





Hoje foi noticiado o falecimento da cantora inglesa Amy Winehouse, de 27 anos, em Londres. A grande midia vai dar uma repercussão grande nos próximos dias sobre a morte da cantora, refazendo o caminho da superstição dos 27 anos, que ja levou outros grandes ícones que entraram pro clube dos 27 (como Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain, Janis Joplin).

Alem da morte de Amy, sem duvida uma estrela cuja grandeza ultrapassa a racionalidade de muitos, o que vamos ver nos próximos dias será a volta de um moralismo exacerbado, do velho discurso sobre as drogas, a necessidade de fortalecimento da família (como se essa salvasse o mundo ou fosse o guarda-chuva nessa época apocaliptica), e de outros velhos discursos.

Não sabemos se a morte de Amy foi de overdose, pode ser que sim, pelo histórico que a midia apresenta e ate provável. Mas acima de tudo foi mais uma perda de vida pra uma dependência erronea. Mas e as outras perdas diarias que temos, muitas vezes sob nossos olhos? A perda diária de vidas de crianças na Cracolandia em São Paulo não e vista pelo poder publico? A nossa juventude que se droga todas as madrugadas nas calcadas das Lojas Americanas em Belém e solenemente ignorada pelo governo, por qual motivo? Ai entra um debate de classe. Essa juventude da periferia que todos os dias se perde pro crack representam o excedente que as elites não quem por ai, vagando nos bairros nobres, e muito menos na luta socialista.

O debate de drogas tem que sair do moralismo e dos cassetetes da policia pra ser um caso de saúde publica de fato. Mas como fazer um debate sobre saúde publica, se a saúde publica no Brasil esta na UTI? Como falar de saúde publica se faltam médicos, medicamentos, materiais básicos, leitos e o resto nos nossos hospitais? Como vamos pensar em clinicas de reabilitação publicas se nem sequer temos emergência publica básica nos nossos prontos socorros? Difícil pensar em recurso quando o dinheiro vai pra corrupção e pros empreiteiros.

Que possamos fazer um debate franco acerca da legalização da maconha, uma "guerra midiatica", que os jornais O Liberal e o Diario do Para em Belém tentam demonizar, mas que e vencida. A Amy podia ser presa na Inglaterra por porte de drogas, mas a realidade da nossa juventude e bem diferente. A repressão aqui e fortíssima, de uma policia que mata, some com as pessoas. E muitas vezes diz que nossos jovens morrem por ai em simples "acertos de conta entre o trafico".

Embora os usuários pela Lei já não sejam mais criminosos, a conduta pratica das batidas policias vão em outra direcao. Mas não adianta fazer o debate hipócrita da humanizacao da Policia. E essa situação piora quando os usuário são negros e pobres.

Sou um amador no debate sobre drogas, mas já vou registrar de antemão a minha indignação com o que a midia fará sobre as mesmas nos próximos dias e semanas., mas não venham dizer pra mim e pra qualquer universitario ou menino de rua que fumar um baseadinho não relaxa, porque nao e verdade.

Sobre os rankings internacionais das universidades

Artigo interessante da Carta Capital sobre os rankings internacionais das universidades

Avaliar para moldar

Os rankings internacionais de universidades não seriam uma das maneiras de impor um modelo, de privilegiar certas linhas de pesquisa? Por Vladimir Safatle. Foto: Antoninho Perri/Ascom/Unicamp

Vivemos a era em que as avaliações educacionais são normalmente vendidas como métodos neutros de descrição, como fotografias de situações claramente objetivas e não problemáticas. Nesse sentido, os que são contra as avaliações só poderiam, na verdade, querer esconder alguma forma de inaptidão ou incompetência. Ao menos, é assim que o debate é normalmente posto quando se discutem as avaliações universitárias.

Talvez fosse o caso de perguntarmos, porém, se uma boa parte da resistência de setores universitários a certos regimes de avaliação não viria da compreensão de que avaliar é, muitas vezes, uma maneira mais silenciosa de impor um modelo. Quando se trata da vida universitária, avaliações que se dizem neutras são, muitas vezes, maneiras de privilegiar certos tipos de pesquisa, desqualificar outros, decidir sobre como as universidades devem se desenvolver e decidir seus critérios de relevância.

Um exemplo privilegiado desse passe de mágica são os chamados rankings internacionais de avaliação universitária. Por meio de tais rankings, vende-se a possibilidade de sabermos quais seriam as melhores universidades do mundo, quais seriam os verdadeiros centros de excelência. Eles são, muitas vezes, usados por administrações universitárias e por instâncias governamentais para justificar o destino ou o corte de verbas, assim como para justificar intervenções na estrutura acadêmica.

Atualmente, certos universitários perceberam algo de errado nesses rankings. Não escapou a eles a incrível dispersão de seus resultados. De um ranking a outro a posição das universidades muda radicalmente. Prova maior da ausência de um conjunto claro e realmente estabelecido de critérios e métodos. Só para ficar em um exemplo referente a dois dos sistemas de avaliação mais utilizados na atualidade. No ranking elaborado pela Universidade de Xangai, a Universidade de Paris VI aparece em 39º lugar. Já naquele feito pela Times Higher Education, a mesma universidade está na 140ª posição.

Tal dispersão de resultados não poderia ser diferente, pois estes e outros sistemas de avaliação não nasceram, como era de se esperar, de um debate amplo, constante e sempre reversível entre os vários campos de pesquisa que compõem a vida universitária. Eles não foram o resultado de discussões, mais do que necessárias, entre várias universidades no mundo que procurariam expor as características de suas tradições de pesquisa. Um dos rankings mais usados afirma que consultou 13 mil pesquisadores de vários países. Mas seu viés já é, de entrada, parcial. Não se trata de pesquisadores de todas as áreas e subáreas, mas profissionais que vêm, muitas vezes, de campos que não são vistos como tais por certas tradições universitárias, como criminologia ou relações internacionais. Isso sem contar a incrível predominância de pesquisadores de certas áreas em detrimento do equilíbrio geral.

Em larga medida, tais problemas são de origem, pois tais rankings foram sintetizados por áreas específicas de pesquisa (ciências exatas e biológicas) em universidades anglo-saxãs e, em um segundo momento, tentou-se impô-los, com alguns ajustes, para outras áreas e outros países. Não por acaso, nações com forte tradição universitária e capacidade de influência, como França e Alemanha, estão normalmente mal posicionadas em tais rankings-. Isso explica também por que boa parte deles avalia medalhas (como a medalha Fields) e prêmios que só existem em certas áreas- das ciências exatas e biológicas. Uma avaliação minimamente séria deveria levar em conta critérios de distinção em todas as áreas ou não considerar -nenhum, sob pena de dar mais importância a certas áreas em detrimento de outras.

Quem mais sofreu com isso foram as chamadas ciências humanas. Não porque as ciências humanas (como história, filosofia, pedagogia, geografia, teoria literária, sociologia, antropologia, psicologia, economia, estudos de mídia e outras) seriam “menos científicas” do que a física ou a biologia ou “menos importantes” (dificilmente alguém discutiria a importância de questões próprias às ciências humanas como o declínio da autoridade paterna e seu impacto na estrutura familiar, a participação de grupos empresariais no financiamento do aparato de tortura da ditadura brasileira, a influência da publicidade no desenvolvimento infantil, a natureza do sofrimento psíquico e suas formas de intervenção, o sentimento de lassidão em relação à democracia parlamentar, a formação do nosso sistema literário, a natureza da violência urbana e a constituição da moderna noção de racionalidade, entre tantos outros). Na verdade, elas têm uma dinâmica de pesquisa e impacto que merece ser compreendido em sua especificidade.

Há um exemplo paradigmático nesse sentido. Normalmente, tais rankings se propõem a avaliar a produção acadêmica a partir do total de artigos publicados em revistas indexadas ou a partir dos índices de citações a artigos e autores. Mas o que um índice de citações retrata? Poderíamos dizer que um artigo é mais citado, circula mais, devido- à sua qualidade. Isto é, porém, simplesmente falso. O maior número de -citações indica- que o artigo foi lido por mais pessoas e conseguiu inserir-se em uma das redes hegemônicas de pesquisa- em determinado momento.

Lembremos aqui de duas variáveis que interferem diretamente nessa circulação. A primeira refere-se à intervenção de forças econômicas na pesquisa acadêmica. Por exemplo, atualmente, as pesquisas em psicologia precisam conviver com a forte presença do interesse de grupos econômicos ligados à indústria farmacêutica, pois tal indústria sabe dos lucros milionários que novas gerações de antidepressivos e ansiolíticos podem produzir. Por isso, pesquisas que validem os resultados de seus medicamentos, naturalmente, entram em um circuito internacional de circulação e financiamento estimulado por forças não exatamente acadêmicas.

Mesmo que a intervenção econômica não seja sob a forma de financiamento direto, a situação cria uma dissimetria perigosa, em que jovens pesquisadores terão a tendência a não pesquisar seriamente os limites de uma prática farmacológica que procura se vender como incontestável. Eles não querem o peso de lutar contra redes hegemônicas de pesquisa, independentemente do fato do que elas realmente representam.

Não é difícil perceber, por outro lado, que outra variável importante para determinar a circulação de um artigo é a língua. Um artigo em inglês sempre circulará mais que outro escrito em uma língua “exótica” como o português, mesmo se o primeiro for pior que o segundo. Claro que alguém pode perguntar: então, por que não escrevemos todos nossos artigos em inglês? Podemos fazer como os holandeses, os finlandeses e outros, que resolveram esse problema sem muita confusão.

Mas vejam que interessante. Se os nossos pesquisadores publicassem suas produções basicamente em revistas acadêmicas e em inglês, a universidade ficaria, de uma vez por todas, de costas para a sociedade. Nossa produção nem sequer seria escrita- na língua de nossa sociedade, nessa língua em que a nossa opinião pública constitui seus debates e sua esfera de reflexão. Assim, a universidade realizaria, de vez, seu divórcio, dialogando apenas dentro de seus muros. Muros esses que se repetiriam em cada país de língua não inglesa.

A ideia de um conhecimento com forte capacidade de intervenção social foi algo que o Brasil conseguiu efetivar. Intelectuais como Celso Furtado, Sérgio Buarque de Hollanda, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes foram homens públicos capazes de influenciar fortemente a opinião pública porque escreviam na língua de seu povo e procuravam expor suas ideias não apenas por meio de revistas acadêmicas, mas de livros comprados em qualquer boa livraria e artigos de divulgação encontrados em qualquer boa revista semanal ou jornal. Deveríamos nos mirar em seus exemplos e procurar formar mais intelectuais com tais habilidades, em vez de desqualificar sistematicamente as condições que permitiram tais trabalhos florescerem.

Boa parte dos rankings internacionais nem sequer avalia livros, com sua força natural para romper os muros da academia. Ou seja, se você publicou um livro em uma editora renomada como a Cambridge University Press, depois de anos de pesquisa, isso, inacreditavelmente, não será levado em conta. Mesmo aqueles rankings que avaliam livros avaliam mal, dando peso reduzido a eles em comparação a um artigo acadêmico. Nada justifica tal aberração, já que boas editoras têm comitês de leitura de alto nível, como qualquer revista acadêmica. A única justificativa é: trata-se de impor uma concepção de universidade, na qual a capacidade de intervenção na vida social não é mais importante. Mas a questão é: a quem interessa uma universidade assim? Por que deveríamos nos pautar por esse modelo?

Por fim, outro ponto que classicamente aparece nesses rankings é a “internacionalização”, ponto no qual as universidades brasileiras normalmente vão mal. Mas, por mais que tal questão seja de fato relevante, há distorções profundas na maneira que ela é posta. Primeiro, devemos ter clareza de que as universidades brasileiras nunca terão a porcentagem de alunos de graduação estrangeiros que encontramos em certas universidades europeias (a USP, por exemplo, tem 2%, enquanto encontramos universidades britânicas com 30%). Pois tais universidades precisam desses alunos para sobreviver, elas simplesmente não têm alunos suficientes em seus próprios países.

Isso está longe de ser o caso de países de grande população e extensão continental, como o Brasil. Temos um déficit enorme de pessoas sem curso superior em nosso próprio território. Seria um equívoco brutal deixar de focar tal questão como prioridade. Teremos níveis maiores de internacionalização na graduação e na pós-graduação. Isso é bom e louvável. Assim como é bom avaliar a mobilidade internacional de pesquisadores e professores, a circulação internacional de alunos de doutorado e pós-doutorado. Mas nunca teremos uma mobilidade em nível europeu e nunca teremos a atratividade de países que podem compor todo o curso de graduação em inglês (porque precisam fazer isso simplesmente para sobreviver). Mas a questão é: não precisamos disso. Difícil é explicar por que uma questão tão ligada à característica do funcionamento universitário de cada país tem tanto peso nos processos de avaliação.