SÃO PAULO – O crescimento da economia brasileira não foi capaz de promover a redução das desigualdades regionais, revelou comunicado divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) nesta terça-feira (14).

Entre 1995 e 2008, a economia brasileira cresceu a uma taxa média anual de 2,8%, mas este ritmo de aumento variou entre as unidades federativas, que mudaram pouco sua participação sobre o PIB (Produto Interno Bruto).

Participação

Salvo o caso de São Paulo, que perdeu 4,2 pontos percentuais de participação, os demais estados não apresentaram nenhuma perda ou ganho substancial de participação.

Os quatro estados com maior participação no PIB são os mesmos de 13 anos atrás: São Paulo (33,1%), Rio de Janeiro (11,3%), Minas Gerais (9,3%) e Rio Grande do Sul (6,6%).

Da mesma forma, os quatro estados com menor participação na economia continuam sendo os mesmos de 1995: Roraima (0,2%), Acre (0,2%), Amapá (0,2%) e Tocantins (0,4%).

“Em suma, houve cerca desconcentração da atividade econômica, mas ela foi incapaz de mudar substancialmente o perfil regional brasileiro. Isso sugere que distribuição da atividade econômica no território nacional advém de mecanismos econômicos que garantam a estabilidade do sistema, ao menos no curto período aqui examinado”, diz o comunicado

Regiões

Em relação às regiões do Brasil, os dados mostram que o Norte e o Nordeste produzem por habitante em torno da metade da média nacional.

Em 1995, o Sudeste tinha um PIB per capita 39% maior do que a média nacional e, ao final da série, esse valor passou a ser 33% acima da média nacional. Já para o Nordeste, o valor era, em 1995, 58% abaixo da média nacional e, ao final da série, estava em 53%.

“Como ilustração da lentidão da aproximação das regiões, basta dizer que, ao ritmo do período examinado, o PIB per capita do Nordeste só chegaria à marca de 75% do valor nacional ao redor do ano de 2074”, diz o comunicado.