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sábado, 23 de julho de 2011

Amy e o debate sobre as drogas





Hoje foi noticiado o falecimento da cantora inglesa Amy Winehouse, de 27 anos, em Londres. A grande midia vai dar uma repercussão grande nos próximos dias sobre a morte da cantora, refazendo o caminho da superstição dos 27 anos, que ja levou outros grandes ícones que entraram pro clube dos 27 (como Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain, Janis Joplin).

Alem da morte de Amy, sem duvida uma estrela cuja grandeza ultrapassa a racionalidade de muitos, o que vamos ver nos próximos dias será a volta de um moralismo exacerbado, do velho discurso sobre as drogas, a necessidade de fortalecimento da família (como se essa salvasse o mundo ou fosse o guarda-chuva nessa época apocaliptica), e de outros velhos discursos.

Não sabemos se a morte de Amy foi de overdose, pode ser que sim, pelo histórico que a midia apresenta e ate provável. Mas acima de tudo foi mais uma perda de vida pra uma dependência erronea. Mas e as outras perdas diarias que temos, muitas vezes sob nossos olhos? A perda diária de vidas de crianças na Cracolandia em São Paulo não e vista pelo poder publico? A nossa juventude que se droga todas as madrugadas nas calcadas das Lojas Americanas em Belém e solenemente ignorada pelo governo, por qual motivo? Ai entra um debate de classe. Essa juventude da periferia que todos os dias se perde pro crack representam o excedente que as elites não quem por ai, vagando nos bairros nobres, e muito menos na luta socialista.

O debate de drogas tem que sair do moralismo e dos cassetetes da policia pra ser um caso de saúde publica de fato. Mas como fazer um debate sobre saúde publica, se a saúde publica no Brasil esta na UTI? Como falar de saúde publica se faltam médicos, medicamentos, materiais básicos, leitos e o resto nos nossos hospitais? Como vamos pensar em clinicas de reabilitação publicas se nem sequer temos emergência publica básica nos nossos prontos socorros? Difícil pensar em recurso quando o dinheiro vai pra corrupção e pros empreiteiros.

Que possamos fazer um debate franco acerca da legalização da maconha, uma "guerra midiatica", que os jornais O Liberal e o Diario do Para em Belém tentam demonizar, mas que e vencida. A Amy podia ser presa na Inglaterra por porte de drogas, mas a realidade da nossa juventude e bem diferente. A repressão aqui e fortíssima, de uma policia que mata, some com as pessoas. E muitas vezes diz que nossos jovens morrem por ai em simples "acertos de conta entre o trafico".

Embora os usuários pela Lei já não sejam mais criminosos, a conduta pratica das batidas policias vão em outra direcao. Mas não adianta fazer o debate hipócrita da humanizacao da Policia. E essa situação piora quando os usuário são negros e pobres.

Sou um amador no debate sobre drogas, mas já vou registrar de antemão a minha indignação com o que a midia fará sobre as mesmas nos próximos dias e semanas., mas não venham dizer pra mim e pra qualquer universitario ou menino de rua que fumar um baseadinho não relaxa, porque nao e verdade.

Um comentário:

  1. é preciso tratar o problema das drogas como problema de saúde pública. Tas correto pedro, a cracolândia é uma política de extermínio aos pobres.
    Gostei do texto
    Denis

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