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domingo, 4 de julho de 2010

Parque Tecnologico - uma lacuna em aberto pela defesa da universidade pública




Uma parte da UFPA segue em um ritmo de obras que o transformou um canteiro. Trata-se da área que vai próximo ao quarto portão e se estende até as proximidades da ELETRONORTE e da UFRA. Também é uma área que virou de um hora pra outra em objeto de marketing, tanto da reitoria quanto do governo do estado. Trata-se do Parque de Ciência e Tecnologia, mais conhecido como Parque Tecnológico.

A sua implantação na UFPA sequer foi debatida com a comunidade acadêmica, bem diferentemente dos acalourados debates que foram travados na Universidade Federal do Rio Grande do Sul sobre o seu caráter e a sua finalidade, ou seja, os interesses que estão por detrás são orientados por quai finalidades, se para aprofundar um projeto de privatização por dentro da universidade pública, subordinando a construção de saberes para projetos que materializam as desigualdades sociais no nosso estado, ou se estão a serviço da da defesa dos princípios de universidade pública, gratuita, de qualidade socialmente referenciada, e comprometida com a transformação social e superação das desigualdades.

Segue abaixo um texto da UFRGS sobre os parques tecnológicos

Carta aos colegas estudantes, professores e funcionários da UFRGS

Desde o início do ano, nossa universidade esteve pautada pela discussão acerca do projeto de Parque Tecnológico da UFRGS. E às vésperas de sua votação no próximo CONSUN, que será nesta sexta-feira dia 9 de Abril, é necessário fazer uma breve avaliação a fim de reunir as conclusões de nossa luta e armar nossa ação para o dia 9.

Considerando:

1 Que o projeto de Parque Tecnológico da UFRGS consiste na abertura das portas da universidade em vista de atender às demandas das empresas que se alocarão e farão uso dos recursos técnicos materiais e humanos da universidade. Além de promover a cultura do empreendedorismo e da competitividade no ceio de uma instituição pública. E, portanto, um passo em frente à privatização da UFRGS. E vimos os resultados das privatizações na Saúde, Educação, Segurança pública e outros setores sociais, que hoje se encontram em sucata.

2 Que o projeto UFRGS - Tec. está em conformidade com a concepção de educação defendida e aplicada pelo Governo Lula em suas diversas expressões, no caso do parque, amparado pela Lei de Inovação Tecnológica e que, em vista disso, faz parte de um projeto mais global de sucateamento dos serviços públicos e privatizações, vinculado ao Banco Mundial e ao FMI.

3 Que o debate feito ao longo deste mês foi fruto de uma vitória do movimento organizado, e, em vista disso, se deu à revelia da reitoria, cuja postura sempre foi de cercear a discussão, inclusive apelando para a violência física contra os estudantes que exigiam um maior debate e democracia.

4 Que apesar de ser possível identificar a mudança de algumas expressões utilizadas pela reitoria ao argumentar sobre o Parque , não vislumbramos alterações de conteúdo do projeto que, de fato, mudem seu caráter inicial.

5 Que, embora uma vitória arrancada à força pelo movimento, os debates não serviram para efetivar a construção coletiva do projeto, tanto pela composição da mesa, quanto pelo fato de não serem deliberativos. No final das contas quem decidirá será o CONSUN, que além de tudo funciona por 70% 15%/15%!

6 Que neste caso não há como conciliar os interesses do povo e da comunidade acadêmica com os das empresas, sejam grandes ou pequenas, multinacionais ou nacionais. Hoje vemos e vivemos problemas seríssimos em nosso estado e país como o avanço da dengue e as enchentes, apenas para exemplificar. Enquanto a Universidade Pública deveria debruçar-se sobre estes problemas, o Parque Tecnológico não servirá à população que convive com isto, servirá apenas para maximizar o lucro de meia dúzia de empresas. E não há emenda que consiga transformar substancialmente o projeto, uma vez que sua essência consiste, e vai continuar consistindo, na privatização, na perda da autonomia de pesquisa, na abertura de outra fundação de apoio, na concepção de extensão como prestação de serviços e etc.

7 Que além de tudo, o projeto UFRGS-Tec não resolve o problema do acesso à universidade pública, não resolve as filas do RU, a falta de professores, funcionários, livros, assistência estudantil e etc. E que estes são assuntos muito mais urgentes. Os quais a reitoria e a comunidade acadêmica deveriam se debruçar com mais prioridade.

Chamamos a tod@s os estudantes e trabalhadores a comparecer em frente à reitoria para manifestar nosso repúdio e barrar este parque!

Contra a privatização da UFRGS!

Queremos verba pública para financiar a pesquisa autônoma e voltada para a maioria da população! 10% do PIB para a educação! 50% dos recursos gerados pelo pré-sal para a educação! Por extensão e assistência estudantil de verdade, não prestação de serviços, não somos mão-de-obra barata! Paridade nos conselhos já! O CONSUN antidemocrático não pode votar o parque! Pela revogação da Lei de Inovação Tecnológica do Governo Lula! Tecnologia para acabar com as filas do R.U! Abaixo a Reforma Universitária de Lula e FMI!
Compareça ao CEB auto-convocado dia 07 de Abril local na FACED sala 601 as 18:30! E venha se MANIFESTAR dia 9 NA REITORIA!

DAEFi – Juventude Vamos a Luta – Coletivo Pode Chegar

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