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domingo, 11 de março de 2012

Produtivismo

Interessante o artigo extraído do ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes da Educação Superior), sobre esta lógica de produção acadêmica.

Pressão da Capes pode gerar conduta antiética


A pressão feita pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) por publicações pode gerar condutas antiéticas por parte dos pesquisadores. Tal constatação faz parte de pesquisa desenvolvida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

Segundo o autor do estudo, Jesumar Ximenes de Andrade, “quem não publica muito pode ser responsável pela redução da nota do curso e, por consequência, pode ser retirado do programa”. Tal relação é tema da tese de doutorado de Andrade, sob a orientação do professor Gilberto de Andrade Martins e será defendida no mês de abril. A pesquisa foi aplicada na á rea de Contabilidade.

Andrade fez o levantamento da opinião de 85 pesquisadores durante o Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, em 2009, na FEA. Através de pesquisa quantitativa, na forma de questionário, o pesquisador apresentou 18 comportamentos antiéticos aos entrevistados, pedindo que esses respondessem à frequência com que ficaram sabendo de alguma daquelas práticas, bem como, a freqüência que acreditavam que tais comportamentos ocorriam. Ao final, foram questionados sobre os fatores que levariam a tais comportamentos. Com os dados coletados através do questionário, Andrade aplicou uma entrevista semi-estruturada a oito pesquisadores.

Conforme os levantamentos, um dos fatores mais indicados como propulsores de condutas antiéticas foi a pressão por um grande número de publicações. “É algo que merece reflexão da própria Capes e de toda a comunidade científica. É melhor ter quantidade ou qualidade? Publicações com qu alidade exigem tempo para serem produzidas”, afirma o pesquisador. Contudo, Andrade ressalta que a crítica não é ao papel que a Capes cumpre e sim aos atuais mecanismos. O autor pontua, ainda, que segundo a pesquisa as condutas antiéticas ainda não possuem muita frequência, contudo, sua simples existência já deve servir como alerta, buscando novas perspectivas que eliminem de vez a má conduta no meio acadêmico.

Práticas mais citadas
Entre os exemplos de má conduta, os mais citados estão relacionados às coautorias e a bibliografia. No primeiro caso, é comum, segundo os entrevistados, creditar a coautoria de outros autores que não contribuíram com o trabalho. Com isso, em outra pesquisa existe a retribuição. Com isso, aumenta-se o número de publicações para ambos. No que se refere à referência bibliográfica, é comum, também segundo dados da pesquisa, a citação de obras que não foram lidas, o que daria ao trabalho a impressão de um maior embasamento teórico. Outro dado que chamou a atenção, foi que os entrevistados acreditavam que a frequência com que são praticadas tais condutas é maior do que eles têm conhecimento.

4 comentários:

  1. A HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONTA
    E O QUE TIROU DIPLOMA POR PROCESSOS SAFADOS ATÉ FINGI QUE NEM É COM ELE

    Quando custa uma universidade pública? Cerca de 15 bilhões. R$ 5 bi é com infraestrutura:tudo da aluno carente precisa (alojamento, comida livro e bolsa), residencial para docente e funcionários, biblioteca de qualidade,etc. Os outros R$ 10 bi é para ser aplicado na rede básica para produzir o que universidade prescinde para ter o mínimo de qualidade, e disso nem preciso dizer que a maior parte é para pagar salário docente.

    As nossas universidades públicas começaram com JK, o qual fundou 10. Quanto gastou por isso? PRATICAMENTE NADA. O que fez foi juntar alguns núcleos cursos isolados num pacote e se deu o nome de universidade. E na maioria dos casos, designou terreno conseguido por doação (coisa que até turma de construtora entrou alegremente) para ser o campus. Obviamente todos os terrenos ¨doados¨ exigiram gastos fabulosos só com fundações, como a história mostra. E enquanto não, continuariam funcionando nos mesmos prédios de sempre e em alguns casos em espaço cedido da rede pública. E tudo SEM GASTAR UM CENTAVO A MAIS COM REDE PÚBLICA DE ENSINO BÁSICO.

    Por que a classe docente superior deixou tudo isso acontecer sem um suspiro de protesto? Em tais criação de universidade tinha um presente maravilhosos para todos: os cargos administrativos seriam ocupados por esses ganhando extra. Porquanto, deixaria sala de aula, espaço lúgubre, mal cheiroso e cheio de aluno com as piores deficiências, sem perder um centavo e as benesses da carreira docente, mais extras com possibilidade de ir até ao infinito. Fora os ganhos políticos dos mais importantes.

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  2. CONT.

    Veio a ditadura e precisa atuar nesse quadro por haver um inimigo feroz: estudante de nível superior. Era preciso levantar bilhões para fazer os campi universitários. E nem isso queriam, as construtoras com sempre estavam na jogada, mas que fosse cidade universitária: Tinha que ser coisa tão inóspita para pobre que mesmo que fosse só para ir uma aula para seguinte precisaria ter carro.
    A turma delfiniana entrou em campo para conseguir fábulas via empréstimos internacionais MEC/USAID. Como há certas coisas que provocam vergonhas mesmo em facínoras, precisar explicar como gastar bilhões com curso superior sem ensino básico, educação para o povo. Eis que entra em cena o MOBRAL. E ficou assim: dos bilhões vindo se gasta centavos com educação para o pouco e os demais com construtoras para fazer cidades universitárias.

    Construída essas cidades universitárias, surgiram uma enormidade de problemas e um era gritantes: como conseguir docente para tanto, havendo dois subtraendo: mais cargos administrativos e.. alguns indesejáveis que precisavam perseguir e demitir. A grosso modo ¨resolveram¨ isso delegando ao general que cuidava da universidade pública (toda essa tinha gabinete comando por gente do serviço de informação, sendo reitor apenas boneco de figuração) . Esse passou nomear como docente, salvo raras exceções, todo tipo de escória social e com mais gosto quanto mais escória fosse (O CONCURSO ERA FAJUTICE, SALVO EXCEÇÕES E MESMOS ESSAS O GENERAL TENTAVA POR TODOS OS MEIOS EVITÁ-LA ). Precisava até que o sujeito se fingisse de esquerda para fazer relato e denunciar ao general e não só aluno, como todo e qualquer. Alguns aproveitaram, já que desejava que general nomeasse esposa/amante, parente, amigo, etc para vaga, para delatar docente. E alguns casos, para o sujeito tomar fugir, bastava esse colocar bilhetinho por baixo da porta do gabinete do docente, dizendo-se amigo anônimo e que estava sabendo que o general desconfiava que esse era comunista.

    Essas escórias sociais transformaram a funcionalidade da universidade coisa pior do que antro formado pelas piores formas de degeneração social, porquanto, tudo foi implementado via o processo de diplomação. Aos que compactuam toda facilidade para tirar tudo quanto for tipo de diploma e aos que percebem a menor inconveniência, as perseguições das mais abjetas. Com isso, fizeram com que na ponta da universidade pública o mais provável sair era um corrupto voraz, um sujeito que não se sustenta em pé um segundo se dependesse do que sabia, mas apenas por ter diploma de nível superior de uma universidade pública. Tudo isso para cumprir a máxima que os golpistas sempre fizeram questão de propalar quando diziam - ¨ Estão achando ruim ditadura @¨%$@(#!!! Esperem quando for civil ¨

    Veio o tempo dito de redemocratização. A primeira providência foi tocarem fogo em todos os arquivos do general, alguns foram pelo fato do general cumprir o prometido, e com um prêmio: EFETIVAÇÃO DE TODOS SEM CONCURSO. E um dado: a quantidade de cargos administrativos estava estagnada. Para tanto, criaram a figura dos campi para o interior, na imensa maioria nada além de escola pública cedida pelos municípios. Esse precisava ter curso superior para diplomar docente que prestasse e tendo sem prestar, de onde viria aluno para fazer curso superior? Como o que interessa mesmo era o cargos administrativos, isso era questão para safado colocar.

    O governo Lula fez tal qual JK, com alguns adendos próprios e com algumas atualizações exigidas pelo tempo e nada mais. E essas continuaram atuando, salvo pequenas exceções, tal como faziam tais imundices sociais que entraram como docente nos tempos da ditadura , só que agora com alguns desses ainda e outros imundos que esses mesmos produziram.

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  3. Um bando de jacaré virou bolsa. Para os pobres há greve, mas para docente ganhar extra e até presentear amante com bolsa de couro de jacaré do alabama, greve nunca houve.
    ========

    Parfor dá início a mais uma etapa de atividades
    http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=6285

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  4. Quem explica a situação das nossas universidades públicas é um experimento já realizado que consistiu em introduzir um grupo de macacos em habitat com dois montes de bananas, sendo um de boas e outro só dessas já podres. E toda vez que algum se dirigia para as bananas boas levava um banho de água gelada até desistir e ir comer das podres. Quando todo não mais se dirigia para as bananas boas era introduzido um novo grupo e quando algum do novo se dirigia para o monte de bananas boas os demais lhe davam uma sorva, e a paz no grupo era atingida quando nenhum fazia mais isso, coisa que rapidamente acontecia. Depois disso, só depois da décima geração é que algum conseguia comer alguma banana boa sem apanhar muito.

    Dito isso, a ditadura tinha um drama: não queria educação de qualidade para o povo e precisa, ante suas propagandas de progresso tecnológico, de doutores/pesquisadores. Para tanto, tomou empréstimos bilionários no exterior e fez dois investimentos:
    1 - para o povo uma coisa chamada Mobral, que consistia de cartilha e o docente podia ser qualquer que que soubesse ler, pois o povão só precisa saber o essencial para escrever o próprio nome e pegar ônibus, porquanto, coisa de custo quase zero.

    2 – Para a elite, já que o diploma daria acesso aos altos cargos, e atender os seus propósitos em tecnologia investiu em universidade pública. E foram logo duas no mesmo corpo: uma de graduação sob o auspício leniente do MEC (lembro que o importante era diploma e não o saber) e outra em pós na tutela do CNPq/Capes/MCT com investimento, bolsa para aluno e pagamento extra para docente, e processos razoáveis de acompanhamento de desempenho.

    Como essas duas partes se equacionam, no geral, é da seguinte forma: para produzir em condições de atender pós, 10% de cada turma de ingressante já uma produtividade estupenda. E nisso, a graduação das públicas sempre foram soberbas. Pois, somos a nação que mais diploma em doutorado no mundo. Nesse tocante USP é o carro chefe, reconhecida mundialmente como a que mais diploma em doutorado e em todo curso deste há gente de várias públicas.
    E que acontece com os 90% restantes de cada turma? Vira lixo acadêmico. Mas... não é disso que se vai produzir docente para a escola básica? Desde de quanto a ditadura quis isso? Um jato de água fria que essa jogou em todos foi para destruir o mínimo do que compõe formação docente quebrando preceitos essenciais disto: isolando-os e criando a imbecilidade de ser possível diplomar numa área um sujeito que sabe tudo. Ou seja, o processo de diploma docente leva o sujeito a desenvolver até preconceitos contra as demais outras áreas - caso até de briga pelos corredores entre licenciandos de cursos diferentes, porquanto, quando estiverem na escola não vão interagirem-, além de leva-los acreditar a graduação lhe deu tudo que precisava por toda vida de docente, porquanto, nunca mais precisarão aprender mais nada, não vão quere mais de fato e, no máximo, apenas tirar mais diploma para ter aumento de salário.

    Por que isso explode com rede pública e deixa rede privada quase salva, pelos menos em condições de faturar um pouco? Quem tiver interesse em ensinar na rede privada vai estudando por fora e essas mesmas oferecem estágios, quase sempre não remunerado, para os que essas acharem com algum rendimento razoável.

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